quarta-feira, 4 de novembro de 2009



Considerado um dos músicos mais completos do século XX, SIVUCA nasceu Severino Dias de Oliveira, em 26 de maio de 1930, na pequena cidade de Itabaiana, interior da Paraíba. Filho de sertanejos, o menino foi o segundo dentre os três irmãos albinos.

A música apresentou-se como alternativa de sobrevivência, diante da impossibilidade de tomar sol durante o trabalho na lavoura, junto com o pai e os demais irmãos, por ter a pele desprotegida de melanina.

Aos cinco anos tocava gaita para as primas da família. Aos nove empunhou uma sanfona pela primeira vez, num dia de Santo Antônio, em 13 de junho de 1939. “Aí eu comecei a tocar e não larguei mais”, relembra SIVUCA. Daí por diante, a sanfona – ou “a neguinha”, como costumava brincar – foi sua grande companheira até o resto da vida, conduzindo-lhe a uma imensa aventura musical no Brasil e no mundo.

Iniciou o percurso nas festas de sua cidade natal: casamentos, batizados, aniversários... Mudou-se aos 15 anos para Recife. Tocou na Rádio Clube de Pernambuco – onde ganhou o apelido – e na recém-inaugurada Rádio Jornal do Commércio.

SIVUCA afirma que deve a Recife sua formação musical, pois foi ainda nesta cidade o encontro com o maestro Guerra-Peixe, com quem passou a ter aulas. Na memória do sanfoneiro, ficou a permanente recomendação do maestro: “música é trabalho”. Em 1955, muda-se para o Rio de Janeiro. Em 1957, é eleito pela imprensa o melhor instrumentista do ano. Tem um programa musical na recém-inaugurada TV Tupi.

Já no fim da década de 50, em virtude de uma lei criada pelo compositor e então deputado federal Humberto Teixeira – de incentivo à divulgação da cultura brasileira no exterior – SIVUCA faz uma turnê pela França, Portugal, Bélgica e Itália, juntamente com Trio Iraquitã, Abel Ferreira, entre outros. É o primeiro reconhecimento internacional do artista.

Decide permanecer na Europa, de 1958 a 1963, onde grava vários discos, com destaque para Africaníssimo (com Duo Ouro Negro), Samba Nouvelle Vague, Bossa Nova ad Alta Quota with SIVUCA e Rendez-vous a Rio. Toca com grandes nomes da música na época, com destaque para Edith Piaf.

Retorna ao Brasil e se depara com o ostracismo da sanfona. O cenário musical pareceu-lhe reduzido à bossa-nova e à jovem-guarda, ambos estilos para os quais o instrumento soava antiquado, símbolo de um país oligárquico, rural, oposto aos valores do “Brasil urbano”, que se iniciava.

Sem perspectiva, volta novamente para Recife e acredita ter encerrado a carreira musical. Engano. A convite de Carmem Costa, muda-se para Nova Iorque a fim de assessorá-la musicalmente. Conhece então a cantora e militante negra Miriam Makeba, com quem passa a fazer turnês pela África, Europa, Ásia e América.

Em 1969, foi convidado por Oscar Brown Jr. para dirigir e representar o musical Joy, que estreou no ano seguinte, de grande sucesso no circuito off-Broadway. Toca com grandes nomes do jazz como Harry Belafonte, Julie Andrews, Nelson Riddle, Bette Midler, entre outros, e faz trilhas musicais para filmes.

Nos Estados Unidos, SIVUCA é consagrado um dos mais importantes instrumentistas do mundo, reconhecido como pianista, percussionista, violonista, guitarrista, compositor, cantor, arranjador e regente. Mas o tempo longe do Brasil não o afastou das raízes musicais, tanto que grandes sucessos do sanfoneiro no forró, como Feira de Mangaio, e no frevo, Folião Ausente, foram compostas em Nova Iorque. “Fiquei ainda mais brasileiro. A brasilidade eu carrego comigo para todo lugar”, diz.

Retorna ao Brasil em 1977, e lança o álbum Ao Vivo no Seis e Meia, junto com Rosinha de Valença, considerado um dos cem melhores álbuns do século XX. Posteriormente, grava dezenas de discos próprios e em parceria com amigos – Rildo Hora, Chiquinho do Acordeon, Toots Thieleman, Erik Petersen, Quinteto Uirapuru, Dominguinhos, Oswaldinho, entre muitos outros.

Depois da vivência no exterior, o mestre destaca as singularidades da sanfona no Brasil: “eu creio que o sanfoneiro brasileiro é o único que toca choro, pra começar. O europeu talvez tenha até mais técnica que o brasileiro, mas na hora da pulsação musical, o brasileiro tem esse pulo do gato que é tocar choro, é tocar forró, é fazer ritmo com a sanfona, que eles não sabem fazer”, afirma.

Na década de 80, inicia a composição de peças para orquestra sinfônica. A primeira foi o Concerto Sinfônico para Asa Branca, uma homenagem a Luiz Gonzaga, o sanfoneiro que, segundo SIVUCA, inaugurou uma escola do instrumento no Brasil.

O mestre descreve as orquestrações como o “nascimento depois de uma grande gestação de uma vocação natural (...) o ponto culminante de uma tendência musical”. Um dos objetivos de SIVUCA sempre foi o de levar a sanfona à família dos instrumentos para orquestra sinfônica, destacando o sotaque nordestino.

“Toco um instrumento bastardo, mas cheio de recursos harmônicos”. O sanfoneiro lembra uma história do início da carreira, quando Villa-Lobos foi a Recife em busca de talentos. Quando chegou para fazer o teste, um menino trompetista disse que o maestro não receberia sanfoneiros. “Perdi a chance de conhecê-lo”, recorda.

SIVUCA não só fez arranjos e orquestrações para a música clássica como também executou o instrumento em orquestras no Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte) e no mundo (Noruega, Dinamarca, Suécia e Alemanha).

Uma das grandes contribuições do mestre foi diminuir a distância entre o erudito e o popular, demonstrando como os estilos dialogam numa mesma circularidade musical. Faleceu em 14 de dezembro de 2006, vítima de um câncer. Deixa um enorme legado musical a ser conhecido e explorado pelas novas gerações.

O músico Sivuca morreu na noite de quinta-feira, aos 76 anos, vítima de câncer. Em seus mais de 60 anos de vida profissional, o instrumentista, compositor e arranjador gravou diversos discos.

Confira a discogragia completa de Sivuca.

"Motivo para Dançar" (1956)
"Motivo para Dançar Nº 2" - Sivuca e Seu Conjunto (1957)
"Rendez-vous a Rio" (1965)
"Golden Bossa Nova Guitar" (1968)
"Sivuca" (1968)
"Putte Wickman & Sivuca" (1969)
"Sivuca" (1969)
"Joy - Trilha Sonora do Musical" - Oscar Brown Jr. / Jean Pace / Sivuca (1970)
"Sivuca" (1972)
"Live at the Village Gate" (1973)
"Sivuca e Rosinha de Valença Ao Vivo" (1977)
"Sivuca" (1978)
"Forró e Frevo" (1980)
"Cabelo de Milho" (1980)
"Forró e Frevo Vol. 2" (1982)
"Vou Vida Afora" (1982)
"Onça Caetana" (1983)
"Forró e Frevo Vol. 3" (1983)
"Forró e Frevo Vol. 4" (1984)
"Sivuca & Chiquinho Do Acordeon" (1984)
"Som Brasil" (1985)
"Chiko's Bar" - Toots Thielemans & Sivuca (1986)
"Rendez-Vous in Rio" Sivuca / Toots Thielemans / Silvia (1986)
"Sanfona e Realejo" (1987)
"Let's Vamos" - Sivuca & Guitars Unlimited (1987)
"Um Pé No Asfalto, Um Pé Na Buraqueira" (1990)
"Pau Doido" (1993)
"Enfim Solo" (1997)

sexta-feira, 24 de julho de 2009


Petrolina é um município brasileiro do estado de Pernambuco, banhado pelo Rio São Francisco. Em conjunto com o vizinho município de Juazeiro, na Bahia, forma o maior aglomerado urbano do semi-árido.

Integra, em conjunto com os municípios de Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, estes localizados em Pernambuco, e os municípios baianos de Juazeiro, Remanso, Casa Nova e Sobradinho, a Região de Desenvolvimento Econômico Integrado - RIDE - São Francisco.

Administrativamente, o município é composto pelos distritos sede, Curral Queimado, Rajada e pelos povoados de Cristália, Nova Descoberta, Tapera, Izacolândia, Pedrinhas, Uruas, Lagoa dos Carneiros, Caatinguinha, Caititú, Cruz de Salinas,Pau Ferro, Atalho e Aranzel.

História

Pelo caminho das águas, o capuchinho italiano frei Henrique realizava prédicas missionárias, provavelmente por todas as povoações ribeirinhas, inclusive, pelas ilhas: do Pontal, do Jatobá, do Fogo e do Massangano, entre outras banhadas pelo rio São Francisco, no trecho compreendido entre a “Villa de Coripós” e a “Passagem”, hoje municípios de Santa Maria da Boa Vista e Petrolina.

Em meados do século XIX, por conta da distância e da exaustiva viagem frei Henrique lança a idéia da construção de uma capela ao então vigário de Coripós atualmente Santa Maria da Boa Vista. No ano de 1858, dá-se início a construção de uma capela como marco do Cristianismo para os moradores da pequena povoação da Passagem localizada na margem esquerda do Rio São Francisco, cujo local tinha uma área coberta de rocha que posteriormente serviu na construção da Igreja Catedral de Petrolina, conhecida como a “Pedra Grande”, considerado hoje o marco zero, atual Praça do Centenário.

Em 1860, a capela foi aberta aos moradores parcialmente concluída, faltando ainda uma torre, recebendo a atual imagem de Nossa Senhora Rainha dos Anjos. A imagem que teria vindo, apenas para a inauguração, ficou definitivamente como padroeira do município.

Em 1862 a Capela de Santa Maria Rainha dos Anjos foi elevada à condição de Igreja Matriz ficando a povoação “Passagem de Juazeiro”, elevada à categoria de freguesia pela lei nº 530, de 7 de junho de 1862, através do empenho do tenente-coronel da Guarda Nacional José Crispiniano Rodrigues Coelho Brandão – presidente da vila de Petrolina até 1875, recebendo a localidade a denominação de Petrolina em homenagem ao Imperador D. Pedro II, tendo a Freguesia a invocação de Santa Maria Rainha dos Anjos; vila pela lei nº 921, de maio de 1870; Comarca pela lei nº 1.444, de 8 de junho de 1879; município em 25 de abril de 1893, sendo o seu primeiro prefeito o tenente-coronel Manuel Francisco de Sousa Júnior; instalada oficialmente o município em 21 de Setembro de 1895 e a diocese em 30 de novembro de 1923, pela Bula Pontificada (Dominicis Gregis), sendo seu primeiro bispo D. Antônio Maria Malan.

* Bandeira: A bandeira de Petrolina foi idealizada pelo cidadão petrolinense Armindo Trajano Maia e adotada em 26 de setembro de 1971.

Suas cores significam: VERDE - esperança e a riqueza através da irrigação do sertão; AMARELO - as riquezas trazidas pelo Rio São Francisco; VERMELHO - o sangue nordestino, bravo, lutador e aguerrido; REMOS - a população que vive às margens do rio e o próprio rio; MANDACARU (Cereus Peruvianus - L) - simboliza o sertão e o sertanejo, que não se curvam ante as adversidades.

Lendas da Região:Nego d’água, Vapor Fantasma, Nossa Senhora da Rapadura. Esses são apenas alguns dos mitos que povoam a mente dos habitantes da região desde sua infância. São histórias passadas ritualmente de pai para filho e um dos grandes patrimônios das duas cidades. Entre essas lendas, a carranca se destaca como a mais importante. Sua representatividade é tão grande que sua imagem se tornou um dos símbolos locais.

Junto a este símbolo se destaca Ana das Carrancas, uma artesã consagrada em todo o brasil, considerada Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco.

Festas e eventos

* Festival da Primavera
* Congresso Pedagógico do São Francisco
* AnimeKai (Encontro de Animação Japonesa em Petrolina/Juazeiro)
* ERAS (Encontro de RPG e Ação Social)
* River Shopping Collection Week
* São João
* Carnaval Cultural Pernambucano.
* Festival da Primavera (Acontece em Setembro - Aniversário do Município)
* R.P.V (Rock Para Você)
* MotoChico
* Oi Music (Festival de Música Eletrônica e PopRock)
* Sky Filter (Rave Open Air)
* [Raíz & Remix]
* Aberto de Xadrez (Torneio de xadrez de nível nacional)

Economia

A região de Petrolina, devido ao clima seco e a irrigação, tornou-se o segundo centro vinícola do país, cujo primeiro lugar é ocupado pela Região Sul.

Políticas de incentivo aplicadas nas últimas décadas tornaram a região um celeiro de frutas tropicais, que são exportadas para as principais regiões do país e também para a América do Norte, o continente Europeu e também o Sudeste Asiático, particularmente o Japão.

De acordo com dados das EMBRAPA, a região apresenta anualmente 2,5 milhões de safras e este fato tem despertado o interesse dos empresários para a região. Particularmente pelo grande desenvolvimento que a tecnologia proporcionou para as áreas irrigadas tem obtido no decorrer das últimas décadas.

As características climáticas favorecem não somente a produção de vinhos, mas também de outras frutas, atualmente a cidade responde por 90% das exportações nascionais de Manga e Uva.

O turismo de negócios e o artesanato, onde destaca-se a produção de carrancas, são outros potenciais de Petrolina.

Turismo

* Orla antiga e orla nova (alguns barzinhos e restaurantes)
* Antiga estação ferroviária;
* Espaço Cultural Lula Cardoso Aires (antigo açougue);
* Memorial Dom Bosco;
* CEAP
* Concha acústica;
* Palácio episcopal;
* Praça do Centenário;
* Bodódromo: um bom lugar para degustar carne de 'carneiro';
* Oficina do artesão Mestre Quincas;
* Centro histórico;
* Parque municipal Josepha Coelho;
* Museu do sertão;
* Igreja Matriz de Nossa Senhora Rainha dos Anjos;
* Igreja Catedral;
* Memorial Nilo Coelho;
* Espaço Cultural Ana das Carrancas;
* Central de Artesanato;
* Centro de Convenções Nilo Coelho;
* Serra da Santa;
* Parque Aquático Ilha do Sol;
* River Shopping;
* Ponte Presidente Dutra;
* ASCCOPER - "Forró pé de serra";
* Espaço de Ciência e Cultura UNIVASF;
* Espaço Trevo;
* Porta do Rio;
* Ilha do Rodeadoro
* Petrolina Antiga (Orla Antiga)

Ilhas do São Francisco

Na região de Petrolina, diversas ilhas compõem um cenário bastante pitoresco. Apresentam areias finas, sendo que em algumas delas podem ser encontradas árvores frutíferas. As principais ilhas são: do Fogo (na fronteira entre os estados de Pernambuco e Bahia, onde passa a ponte Presidente Dutra que liga ambos os estados e as regiões norte e sul do Nordeste), Rodeadouro (que conta com a presença de infra-estrutura própria para o turismo fluvial), Massangano (a maior de todas as ilhas), Maroto, Amélia e Pantanal. Estas ilhas ficam na direção da barragem de Sobradinho, o segundo maior lago artificial do mundo e que controla toda a vazão do rio para produção hidroelétrica da região Nordeste.

O acesso a estas ilhas dá-se através das barcas no cais de Petrolina. Há outras ilhas na direção oposta, entretanto, a presença de pedras dificulta o acesso, tornando-o perigoso. Apenas os mais experientes e conhecedores se aventuram nesta direção.

O roteiro completo de viagem das barcas (que contam com infra-estrura de restaurante, cabines e pista de dança) leva 5 horas. Paradas para mergulho nas águas do rio são obrigatórios e o divertimento garantido desde o início até final do passeio.

terça-feira, 26 de maio de 2009

este video é em parceria com o www.luizluagonzaga.com.br


Mestrinho,Thaís e Scurinho,três nordestinos nascidos em Aracaju-SE que desde pequenos carregam o dom na música pé-de-serra.

Os dois irmãos Mestrinho e Thaís são filhos de um grande artista,cantor e sanfoneiro(Erivaldo de Carira) e netos de tocador de oito baixos o saudoso(Manézinho de Carira), continuam a história que gerou do avô para pai e agora de pai para filhos, Scurinho Zabumbada filho também de uma grande cantor e sanfoneiro (Ararão do Nordeste) carrega no sangue a história do forró.

Com grande qualidade musical os meninos estão com tudo hoje tocando em vários lugares do Brasil: São Paulo-SP,Campinas-SP,Rio de Janeiro-RJ,Vitória-ES,Vila Velha-ES,Itaúnas-ES,Belo Horizonte-MG,Juíz de Fora-MG,Brasília-DF,Recife-PE,São José do Egito-PE e na Bahia.

O TRIO JURITI participou do 6º FENFIT (Festival Nacional de FORRÓ PÉ-DE-SERRA) realizado em Itaúnas-ES 2006,onde foram premiados como "TRIO REVELAÇÃO"
cantando a música de sua própria autoria chamada "MAIS UM DIA SEM TE VER" onde todos conhecem e cantam com o trio.

Agora apresentando o primeiro cd com 16 faixas,denominado FORRÓ IRRESISTÍVEL, produzido pelo João Silva(compositor e responsável pelos maiores sucessos de LUÍZ GONZAGA,TRIO NORDESTINO,ELBA RAMALHO,JACKSON DO PANDEIRO,etc..),que está apadrinhando o trio e autorizou 12 músicas dele gravada no stúdio com a participação especial de CAJU E CASTANHA e aí está o TRIO JURITI levantando a bandeira do forró com o melhor repertório pé-de-serra e com um show que só vendo pra crer.

José Domingos de Moraes, o Dominguinhos, nasceu na cidade serrana de Garanhuns, no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil, em 12 de fevereiro de 1941. Seu pai, mestre Chicão, foi um famoso tocador e afinador de foles de oito baixos. Hoje com 68 anos, Dominguinhos começou a tocar sanfona aos seis anos de idade, juntamente com mais dois irmãos, em feiras livres e portas de hotéis do interior daquele estado.

Com oito anos de idade, conheceu Luiz Gonzaga na porta de um hotel em que este se apresentava com o trio “Os Três Pinguins”, formado por ele e mais dois irmãos. Luiz Gonzaga acabou se tornando o seu padrinho artístico. Em 1954, mudou-se para o Rio de Janeiro, indo morar com o pai e com o irmão mais velho no município de Nilópolis, na Baixada Fluminense. Nesta ocasião, recebeu do padrinho Luiz Gonzaga uma sanfona de presente.

Seu nome artístico foi sugestão do próprio Luiz Gonzaga, que considerou que o seu apelido de infância, Neném, não o ajudaria na trajetória artística. Com a sanfona ganha do próprio Gonzagão, passou a percorrer o interior do Rio de Janeiro na companhia dos irmãos, apresentando-se em circos e arrasta-pés.

Em 1957, aos 16 anos, fez sua primeira gravação, tocando sanfona num disco de Luiz Gonzaga, na música “Moça da feira”, de Armando Nunes e J. Portela. No mesmo ano, em viagem ao Espírito Santo, com Borborema e Miudinho, formou um trio, batizado de Trio Nordestino. Tomou contato com outros ritmos musicais e aprendeu a tocar samba e bolero.

Voltou ao Rio de Janeiro e formou um conjunto que passou a atuar em dancings, boates e inferninhos nas zonas da malandragem. Tocou na gafieira Cedo Feita, Churrascaria Gaúcha, boate Babalaica e Dancing Brasil. Em 1965, foi convidado por Pedro Sertanejo, então diretor da recém-inaugurada gravadora Cantagalo, para gravar um LP destinado ao público migrante nordestino e, com isso, voltou a tocar forrós e baiões.

Em 1967, fez parte de uma excursão de Luiz Gonzaga ao Nordeste, como sanfoneiro e motorista. Também fazia parte do grupo a cantora pernambucana Anastácia. Os dois iniciaram então uma carreira artística conjunta e um relacionamento amoroso, que os levou ao casamento.

Observado pelo empresário Guilherme Araújo tocando num show de Luiz Gonzaga, em 1972, foi convidado por ele a trabalhar com Gal Costa e Gilberto Gil. Viajou para a França com Gal, acompanhando a cantora baiana em apresentação no Midem, em Cannes. De retorno ao Brasil, participou do show “Índia”, da mesma cantora.

Posteriormente, trabalhou um ano e meio com Gilberto Gil, que gravou o maior sucesso de Dominguinhos, em parceria com Anastácia, “Eu só quero um xodó”, que conheceria em pouco tempo cerca de 20 regravações, inclusive algumas no exterior. Participou como instrumentista em inúmeros shows de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia.

Participou do primeiro disco gravado por Elba Ramalho, “Ave de prata”, em 1979. Em 1980, participou do II Festival Internacional de Jazz de São Paulo. Em 1981, participou, com destaque, do programa “Som Brasil”, na TV Globo.

Na década de 1980, suas composições “De volta pro aconchego” (gravada por Elba Ramalho) e “Isso aqui tá bom demais” (gravada por ele e Chico Buarque), ambas em parceria com Nando Cordel, foram incluídas na novela “Roque Santeiro”, da TV Globo, o que fez aumentar nacionalmente sua popularidade.

Em 1984, o cantor e compositor Chico Buarque gravou em seu disco “Chico Buarque” a canção “Tantas palavras”, parceria de Chico e Dominguinhos, que obteve grande sucesso. Em 1985, a composição “Esse mato, essa terra”, composta em parceria com a cantora, sua esposa, Maria de Guadalupe, foi incluída na trilha sonora do filme “Aventuras de um Paraíba”, de Marco Altenberg.

Em 1993, criou o Projeto Asa Branca, com patrocínio da Caixa Econômica Federal, destinado a levar shows de música popular para praças públicas de diversos estados brasileiros. Em 1997, lançou o CD “Dominguinhos e convidados cantam Luiz Gonzaga”, pela gravadora Velas (de Ivan Lins e Vitor Martins). No mesmo ano, compôs a trilha sonora do filme “O cangaceiro”, de Aníbal Massaini Neto.

Teve suas composições registradas por diferentes intérpretes, entre os quais Fagner, que gravou “Quem me levará sou eu”, e Maria Bethânia, que gravou “Lamento sertanejo”. Em 1999, lançou pela gravadora Velas o seu 41º disco, “Você vai ver o que é bom”, no qual interpreta, entre outras: “O riacho do imbuzêro”, letra inédita de Zé Dantas, dada a Dominguinhos pela viúva do compositor pernambucano; “Quem era tu”, parceria com Nando Cordel, que faz uma homenagem bem-humorada aos grupos “É o tchan” e “Terra Samba”; e “Prece a Luiz”, em parceria com Climério, uma homenagem a Luiz Gonzaga nos 10 anos de sua morte.

Em 50 anos de carreira, Dominguinhos recebeu seis Prêmios Sharp. Em 2000, lançou o seu 54º trabalho, gravado ao vivo durante dois shows no SESC Pompéia, em São Paulo, com destaque para “De volta pro aconchego”, “Gostoso demais” e “Isso aqui tá bom demais”, todas de sua autoria (em parceria com Nando Cordel), “Abri a porta” e “Forró do Dominguinhos”, estas em parceria com Gilberto Gil. O CD foi lançado com um show na casa de espetáculos Olimpo, no Rio de Janeiro. Em seguida, fez shows em São Paulo e realizou turnê pelo Nordeste.

Em 2001, foi o grande homenageado no 11º Festival de Inverno de Garanhuns, sua cidade natal, com um concerto sinfônico. No mesmo ano, participou do 1º Festival de Sanfona do Maranhão, juntamente com Waldonys, Sivuca, Renato Borghetti, o argentino Antonio Tarragô e os estadunidenses Geno Delafose e Mingo Saldival.

Em 2002, teve participação especial, com seu acordeom, no CD “Sertão”, gravado pelo cantor e compositor baiano Gereba, em comemoração aos 100 anos de lançamento do livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha.

No início de 2003, gravou com Sivuca e Oswaldinho do Acordeom um disco que registrou o encontro de três dos maiores sanfoneiros em atividade no País, produzido por José Milton, com repertório escolhido na hora e arranjos feitos no próprio estúdio, no qual aparecem composições como “Maria Fulô” e “Feira de Mangaio”, de Sivuca, além de muitas de autoria de Luiz Gonzaga, resultando numa homenagem natural ao Rei do Baião.

Ainda nesse ano, participou na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, do show comemorativo dos 45 anos do Trio Nordestino. Em 2004, apresentou-se fazendo dupla com Elba Ramalho, em temporada de shows no Canecão, também no Rio. O repertório contou com sucessos de carreira da cantora e do compositor, como “De volta pro aconchego”, parceria de Dominguinhos com Nando Cordel, além de levar ao palco surpresas como a canção “Xote de navegação”, de Dominguinhos e Chico Buarque.

Em 2005, a cantora Elba Ramalho lançou um CD que registrou a temporada de show no Canecão com o sanfoneiro, revivendo grandes obras deste que foram grandes sucessos em sua interpretação. No CD, Elba afirma ser Dominguinhos um dos maiores músicos do mundo, respaldada por muitos artistas como Gilberto Gil e Chico Buarque. No álbum, ela revive, entre outros, “De volta pro aconchego”, clássico de sua carreira.

Nesse mesmo ano, Dominguinhos participou, como atração consagrada, nos festejos juninos do circuito tradicional nesses eventos, que engloba cidades nordestinas como Caruaruc, Campina Grande e Recife.

Em 2006, após cinco anos sem lançar disco solo, lançou o CD “Conterrâneos”, com repertório que mescla inéditas, como “Vivendo a brincar”, “Cai fora”, “Oi que balanço bom” e regravações como “Acácia amarela”, parceria de Luiz Gonzaga com Orlando Silveira, a toada “Carece de explicação”, com Clodo Ferreira, “Tempo menino”, o coco “Gavião peneirador” e “Feito mandacaru”.

A faixa-título, “Conterrâneos”, conta com a participação da cantora Guadalupe. O disco, que traz capa de Elifas Andreato, conta também com a participação do sanfoneiro Waldonys, na quadrilha “Eita Paraíba”, de Chico Anysio e Sara Benchimol.

Também em 2007, a gravadora Biscoito Fino lançou o CD “Yamandu + Dominguinhos”, em que os dois instrumentistas tocam num dueto de violão e sanfona. No disco, cada um tocou sem se prender ao estilo do outro, resultando em um repertório bem diversificado que incluiu, entre outras, os choros “Perigoso”, “Chorando baixinho” e “Pedacinho do céu”, as nordestinas “Feira de Mangaio”, “Xote miudinho” e “Asa Branca”, e as sulistas “Bagualito”, “Prenda minha” e, ainda, “Estrada do sol” e “Wave”.

Em 2008, foi o grande homenageado nos Prêmios TIM e Multishow de Música. Na ocasião do show de entrega dos prêmios, apresentou diversos números em duetos. Em maio do mesmo ano, apresentou-se com Alceu Valença na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, dentro do projeto “Pé no mundo”, interpretando seus sucessos. Em junho do mesmo ano, foi atração do programa “Viola, minha viola”, apresentado por Inezita Barroso, na TV Cultura. Em fevereiro de 2009, foi homenageado no 10º Festival Jazz e Blues, realizado durante o carnaval em Fortaleza e Guaramiranga, cidade serrana cearense localizada no Maciço de Baturité.

domingo, 24 de maio de 2009


É IMPOSSÍVEL ESQUECER LUIZ GONZAGA, O REI DO BAIAO!!!

A história de um povo, de uma nação é preservada quando um poeta transcreve a alma desta nação para seus poemas, versos e prosas. Nossa história universal se deve a pessoas que tiveram esta preocupação, bem como, nossa história cristã que fora compromisso de vida de pessoas que fizeram experiência íntima com cristo e seus discípulos. A estes devemos o nosso conhecimento, hodierno e presente, de nosso passado histórico e de fé.

A história brasileira durante o final da 1ª metade do século XX, foi documentada na vasta “Enciclopédia Musical Gonzagueana”. Na Capital da República o filho de Seu Januário e Dona Santana lá das bandas do Novo Exu, terras do Nordeste, com o início de sua griffe gonzagueana se impunha para gravar a história de um povo.

Quebrando as arestas do preconceito de moreno, pobre e nordestino, o futuro “Sanfoneiro do Povo de Deus” gravava seu primeiro disco solo no dia 14 de março de 1941, documentando a história e o sentimento de uma nação. Seu compromisso para com a nação brasileira duraria por mais de meio século finalizando com o lançamento de dois de seus últimos trabalhos lançados à alguns meses após sua morte, ocorrida no dia 02 de agosto de 1989.


Decorrido mais de 18 anos de sua partida para a eternidade Gonzagão é lembrado musicalmente nas diversas realidades social e humana. Sua música é cantada por outros artistas que teve como referencial o Mestre do Araripe. Estes, na sua maioria, foram pessoas que participaram da escola gonzagueana. Nosso querido Gonzagão tem consciência disso e alguma vez chegou a afirmar: “Muitos artistas jovens que falam que têm, em minha pessoa, a principal influência, é porque quando eram meninos iam me assistir nas praças públicas com seus pais, de graça. E me viam cantado, pulando, falando, xaxando, fazendo as brincadeiras de cangaceiros , e ali foram desenvolvendo suas artes.”

Estamos nos aproximando do dia 13 de dezembro, mês que nós comemoramos o aniversário de Luiz Gonzaga. Alguns anos antes de sua morte, na cidade de Exu, Gonzaga oferecia aos artistas e aos exuenses festa e comida, por ocasião de seu aniversário natalício. Essa festa foi dada continuidade após a sua morte, tornando-se tradição no calendário dos fãs do Rei do Baião que visitam anualmente a cidade de Asa Branca da Paz. As visitas se estendem ao cemitério em que Gonzagão foi sepultado; a Igreja Matriz de Bom Jesus dos Aflitos; o Parque Aza Branca – propriedade construída por Luiz Gonzaga, e por fim dando um pulinho ao Araripe, local em que nasceu Luiz Gonzaga do Nascimento.

Luiz Gonzaga é a síntese poética da história brasileira conforme afirmara um poeta: “Quem quiser preservar toda a história do Brasil salve de alguma catástrofe uma coleção completa de Luiz Gonzaga”. Mediante tal raridade não é possível esquecer a memória deste homem que levou sua vida abraçado aos 120 baixos defendendo nossa história. Se esquecermos Luiz Gonzaga estaremos esquecendo de nós mesmos.

Exu se prepara para receber em seu seio, na residência de Luiz Gonzaga, os milhares de fãs que vem do Brasil inteiro para prestar seu tributo de homenagem ao nosso irmão que por mais de cinqüenta anos defendeu a dignidade do homem sofrido do sertão nordestino.
O Sanfoneiro do povo de Deus que tocou e cantou em todos os municípios brasileiros com mais de quatro mil habitantes completaria 95 anos se vivo estivesse. Mas seu aniversário será comemorado por seus milhares de fãs porque sua voz, sua sanfona e o seu canto ficaram imortalizados na alma deste Povo, chamado Brasil.

Parabéns Gonzagão! Parabéns Exu! Parabéns Brasil!

VIVA EXU!



A cidade de Exu está situada às margens do Rio Brígida no sopé da serra do Araripe, fazendo divisa com as cidades de Crato, Santana do Cariri e Jardim, no estado do Ceará. Esta cidade pernambucana fica à 700Km de Recife. De acordo com o último censo realizado pelo IBGE, ante de 1999, sua população total era de 31091 habitantes. Lá estão depositados todos os sonhos da Família Januário, através da pessoa do Rei do Baião.

O moleque ‘fiota’, muito cedo mostrou aos colegas da Fazenda Caiçara à 12Km de Exu, o som tirado de um fole de oito baixos, igualzinho àquele que Mestre Januário sanfonava nas noites de samba, ali pertinho do Araripe. Mais tarde, o filho de Seu Januário e de Dona Santana, lá das bandas de Novo Exu fazia sucesso na Rádio Nacional, no Rio de Janeiro.

Luiz Gonzaga não se cansava de enaltecer o nome de sua querida Exu. Lutou pedindo a Deus e a seu povo, a paz para o seu berço, que antes era só alegria e que a partir do dia 10 de abril de 1949, começava uma guerra sangrenta entre as famílias Sampaio, Alencar e Saraiva. Este episódio ficou conhecido em todo o Brasil e no mundo. A primeira semente, súplica de paz que Luiz Gonzaga lançou a seu povo, foi com a música CANTARINO, lançada em 1973.

Nesta música Luiz Gonzaga usa os pássaros, Cantarino e Asa Branca, para expressar seu sentimento:

“Volto agora a minha terra/ Volto agora ao meu torrão

Trago paz pra minha gente/ Trago amor no coração

Quero ouvir a Asa Branca/ Contemplar o amanhecer

Quero amar este recanto/ Terra que me fez nascer.



Canta, canta Cantarino/ Quero ouvir o teu cantar.

Canta, canta Cantarino/ Canta para me ajudar

Teu canto é a promessa/ De um ano chovedor

Teu canto é a esperança/ De um povo sofredor



Voltarei a ser vaqueiro/ Ou modesto lavrador

Cantarei com repentistas/ Esperança, paz e amor

Vou lutar por minha gente/ Abraçar o meu Sertão

Cada sertanejo amigo/ Cada amigo um irmão

Vou lutar por minha gente/ Abraçar o meu Sertão

Cada sertanejo amigo/ Cada amigo um irmão



Canta, canta Cantarino/ O vento soprano lá na serra

Canta, canta Cantarino/ é sinal de lavoura na minha terra.”



Luiz Gonzaga sempre teve uma grande vontade de vê seu povo, sua Exu querida em paz. Queria vê reinar a paz no seu pé de serra. Em 1979 compôs com o filho Gonzaguinha a música RIO BRÍGIDA, no qual, eles narram a tristeza do Rio Brígida ao passar por Novo Exu, ele sai chorando por vê irmão matando irmão. Este era mais um apelo de pai e filho em prol da paz. Luiz Gonzaga foi então procurar o governador de Pernambuco para pedir ajuda, não sendo suficiente, foi ao Presidente da República em exercício, Dr. Aureliano Chaves e disse: “Dr. Aureliano, faça um esforço para levar a paz à minha terra!” Após este encontro com Dr. Aureliano, Luiz Gonzaga parte então para Exu e espera a realização da paz e que a vontade de Deus se faça presente nos corações dos homens.

Foi decretado pelo o governo de Pernambuco a intervenção no município de Exu, esta notícia foi publicada no Diário Oficial no dia 10 de novembro de 1981. Com este impulso de Luiz Gonzaga junto ao governo federal, Exu escrevia um novo capítulo de sua história, começava-se a firmar o sentimento de mansidão e de paz. A intervenção em Exu teve a duração de um ano e dois meses. Luiz Gonzaga ainda com medo de a paz não está entranhada no coração de seu povo exuense, canta com o filho a música PRECE POR EXU NOVO, de autoria do próprio Gonzaguinha, e gravada entre janeiro e fevereiro de 1982.

Prece Por Exu Novo é realmente uma súplica a Deus, a Virgem Maria e a memória de “Pai Januário”:

“Seu moço é tão triste a história/

Que já nem sei do começo/

Não gosto de sua lembrança/

E quando lembro estremeço/

Eu era ainda criança/

E tudo já estava no avesso/

Amor demais deu em ódio/

Tomou as contas de um terço.

Pai Nosso nos salve Maria não deixe esses filhos sem berço.

Pai Nosso nos salve Maria não deixe esses filhos sem berço.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê! Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!



São tantos ódios a solta/

São tantas vezes a cruz/

São tantos corpos tombados/

São tantas vidas sem luz/

São tantas vezes a raiva/

Tecendo seu negro capuz/

É tanto sangue e maldade/

Que só o canto traduz.

Pai Nosso nos Salve Maria, ajude a gente ó Jesus.

Pai Nosso nos Salve Maria, ajude a gente ó Jesus.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê! Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!





E vamos embora daqui/

Meu Deus não dá pra ficar/

Meu Cristo eu quero sumir/

Eu vou fugir pra aculá/

Exu ficando vazio/

E o povo buscando lugar/

A donde havia alegria/

Sobrevive o mal estar.

Pai Nosso nos salve Maria, da lei do morrer ou matar.

Pai Nosso nos salve Maria, da lei do morrer ou matar.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê! Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!





Que os poderosos se matem/

Problema é do poder/

Mais sempre sobra pros pobres/

E isso eu não posso entender/

Acaba restando uns quatro/

Pra tentar se resolver/

Quatro tiros quatro mortes/

E ninguém mata a nascer.

Pai Nosso nos salve Maria a morte não pode vencer.

Pai Nosso nos salve Maria a morte não pode vencer.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê! Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!





Pois é meu Pai Januário/

Parece que a paz não vingou/

Nas terras do teu pé de serra/

Acauã só agoirou/

Canta mais triste o Assum Preto/

Mais triste do que cantou/

No céu já não vejo Asa Branca/

Foi s’imbora e não voltou.

Pai Nosso nos salve Maria, Padim Cirso por favor.

Pai Nosso nos salve Maria, Padim Cirso por favor.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê! Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!





E entra ano e sai ano/

E tudo sem solução/

O filho que a juventude/

Com sua revolução/

Nos traga o amor e acabe/

O horror desta tradição/

E assim permita meu povo/

Que volte pro meu Sertão.

Nos mostre Pai Nosso e Maria, irmão ajudando irmão.

Nos mostre Pai Nosso e Maria, irmão ajudando irmão.

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê! Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!

Ai, Ai, Ai, Ai , Ê! Ai, Ai, Ai, Ai , Ê!



Essa união de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha é muito forte, para melhor expressar seus sentimentos de amor e fidelidade à sua terra. O sonho, a alegria de Gonzagão foram realizados e agora só reina a paz naquela terra. Exu hoje é conhecida como a terra do Asa Branca da Paz. É uma cidade acolhedora, do jeito do coração de Luiz Gonzaga – o Rei do Baião.

Exu, nos orgulhamos por teu filho e nosso irmão que partiu para todo o Brasil, honrando teu nome e defendendo a todos nós nordestinos. Luiz Gonzaga sempre honrou teu nome, e em diversas cidades do Brasil dizia: ‘Viva Exu!’ Seu amor ao torrão natal era tamanha, prova disto, é os seus últimos anos de existência morando nesta bendita cidade situada às margens do Rio Brígida. Os restos mortais de Seu Januário, Dona Santana, Severino Januário, Dona Helena e de Luiz Gonzaga repousam no Mausoléu do Gonzagão, no Parque Asa Branca, em Exu. Viva Exu!!!

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Luiz Gonzaga nasceu em Exu, Pernambuco, em 13 de dezembro de 1912. Foi um compositor popular. Aprendeu a ter gosto pela música ouvindo as apresentações de músicos nordestinos em feiras e em festas religiosas. Quando migrou para o sul, fez de tudo um pouco, inclusive tocar em bares de beira de cais. Mas foi exatamente aí que ouviu um cabra lhe dizer para começar a tocar aquelas músicas boas do distante nordeste. Pensando nisso compôs dois chamegos: "Pés de Serra" e "Vira e Mexe". Sabendo que o rádio era o melhor vínculo de divulgação musical daquela época (corria o ano de 1941) resolveu participar do concurso de calouros de Ary Barroso onde solou sua música “ Vira e Mexe” e ganhou o primeiro prêmio. Isso abriu caminho para que pudesse vir a ser contratado pela emissora Nacional.

No decorrer destes vários anos, Luiz Gonzaga foi simbolizando o que melhor se tem da música nordestina. Ele foi o primeiro músico assumir a nordestinidade representada pela a sanfona e pelo chapéu de couro. Cantou as dores e os amores de um povo que ainda não tinha voz.

Nos seus vários anos de carreira nunca perdeu o prestígio, apesar de ter se distanciado do palco várias vezes. Os modismos e os novos ritmos desviaram a atenção do público, mas o velho Lua nunca teve seu brilho diminuído. Quando morreu em 1989 tinha uma carreira consolidada e reconhecida. Ganhou o prêmio Shell de Música Popular em 87 e tocou em Paris em 85. Seu som agreste atravessou barreiras e foi reconhecido e apreciado pelo povo e pela mídia. Mesmo tocando sanfona, instrumento tão pouco ilustre. Mesmo se vestindo como nodestino típico (como alguns o descreviam: roupas de bandido de Lampião). Talvez por isso tudo tenha chegado onde chegou. Era a representação da alma de um povo...era a alma do nordeste cantando sua história...E ele fez isso com simplicidade e dignidade. A música brasileira só tem que agradecer...